Enquete #72. A régua que mede as produtividades de cana-de-açúcar
Ambientes de produção é a interação do solo com o clima, considerando também o nível de manejo.
Os diversos ambientes de produção são representados por letras, cada letra mede o potencial produtivo na média de cinco cortes (TCH5).
As produtividades de cana-de-açúcar diminuem ao longo dos cortes porque a deficiência hídrica aumenta, essa diminuição é na seguinte ordem em relação as épocas de colheita: produtividade no início de safra > meio de safra > final de safra.
Em média, a cada 100mm de deficiência hídrica, a produtividade reduz 7 toneladas por hectare (figura 1) que mostra a equação y (produtividade) = -0,0076x (deficiência hídrica) + 102,79
Substituindo x igual a 100mm resulta a diminuição de 7,36 t/ha.
É muito comum uma usina ocorrer 20-30 tipos de solos no nível de sub grupo no Sistema de Classificação, assim, é impossível enquadrá-los somente em 5 ambientes de produção (A, B, C, D e E), por isso o IAC subdividiu literalmente os ambientes de produção, como destacado na figura 2.
São muito favoráveis os ambientes A+1, A+2, A+3, A+4, A+5; favoráveis A1, A2, B1, B2; médios C1, C2, D1; desfavoráveis D2, E1, E2, e muito desfavoráveis os ambientes F1, F2, G1 e G2.
Inicialmente, o ambiente de produção é enquadrado com base no manejo convencional, que são as boas práticas agrícolas de conservação e preparo do solo, com plantio na época certa de mudas sadias com alta população/área (pelo menos 60.000 plantas/ha), adequado preparo do solo, ausência de ervas daninhas, doenças e pragas, colheita na época correta de acordo com a recomendação do “terceiro eixo” LANDELL (2017), finalizando com a mais indicada alocação varietal em relação a exigência nutricional e por água.
Por outro lado, os manejos avançados modificam os citados ambientes originais com a aplicação de vinhaça, torta de filtro, cinzas, compostagem, irrigação plena ou semiplena, “cama-de- frango”; nutrição foliar desde que feita na fase de máxima atividade metabólica da cana-de-açúcar, rotação de culturas, e pelo efeito residual de nutrientes deixados para a cana-de-açúcar no mesmo local antes com gramíneas, leguminosas e plantas frutíferas.
Por exemplo, no Vertissolo da usina Agrovale de Juazeiro (BA), o mais fértil do mundo em relação aos valores de saturação por bases (V%) e capacidade de troca de cátions (CTC), o ambiente de produção no manejo convencional é G2 (TCH5 < 51 t/ha), mas com irrigação por gotejamento, aplicação de vinhaça e de compostagem é reenquadrado no ambiente A+5 (TCH5 de 183,5 a 200 t/ha).
Enquanto nos ambientes muito favoráveis e favoráveis deve-se alocar variedades exigentes, nos ambientes desfavoráveis e muito desfavoráveis deve-se alocar variedades pouco exigentes, ficando para os ambientes médios as variedades de média exigência.
A colheita da cana-de-açúcar deve ser feita primeiramente nos ambientes mais desfavoráveis e depois nos ambientes mais favoráveis, isso porque a deficiência hídrica é maior nos ambientes desfavoráveis, o que diminui muito a produtividade.
Escolher a única alternativa correta
Respostas: Alternativa correta 5
Alternativa | Votos (%) |
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1 - O ponto de partida no estudo de ambientes de produção é enquadrá-lo baseando-se no manejo avançado. | 14,5 |
2 - Em usinas com os ambientes A1, A2, E1, E2 deve-se iniciar a colheita pelos ambientes A1 e A2. | 16,2 |
3 - Alocar variedades exigentes no ambiente F1. | 12,8 |
4 - Todos os solos férteis são enquadrados em ambientes de produção favoráveis. | 13,0 |
5 - Os ambientes de produção são estáticos. | 13,7 |
6 - Ambiente de produção é sinônimo de tipo de solo. | 13,2 |
7 - Todas alternativas são incorretas. | 16,6 |
Total de votos | 585 |